by Ahk_BR » 22 Jan 2023, 13:20
Imagine, apenas hipoteticamente, que você vivesse em uma terra totalmente plana cujas margens fossem infinitamente distantes. (Se você sentir qualquer pudor já aqui em permitir-se pensar assim, hipoteticamente, sugiro não prosseguir já que o que vou falar pode causar certo tipo de espumação e raiva na maioria das pessoas).
Se você já está aqui então bora lá.
Imagine agora que você está prestes a começar a levitar...
Inicialmente devagar, você começa a subir, cada vez mais, e mais... subindo ...
Esforce-se agora para responder: Até onde nossas super visões poderiam alcançar (ou melhor, serem atingidas) a 100km de altitude os fótons que partem de todo quadrante da Terra, em todos sentidos e em todas as direções ao infinito?
Vc agora está a 130km altura. Até onde você consegue mentalizar ou até onde vc consegue "ver" nossa hipotética "borda" infinita ?
E a 155km de altura ? Opa atenção!... é agora que a emoção de um lançamento espacial começa pra valer!
Agora você está no limiar de entrar em órbita, a ~165km do chão. Engraçado é que quem te assistir subir cá de baixo notará que a partir dos 2-3 minutos a trajetória do seu voo começará a pender, pender cada vez mais pra baixo. O cara mais pensativo poderá a começar a duvidar dos seus próprios olhos. O foguete já apresenta claramente trajetória descendente aos seus olhos. No entanto as informações do lançamento são claras: o projétil parece estar descendo mas está "subindo" : o altímetro permanece subindo, tal como como e aparentemente no mesmo ritmo/aceleração/velocidade da primeira metade do arco traçado no céu.
O clima na base de lançamento atinge agora o ápice da tensão ...não, a "gravidade" não está diminuindo de forma gradual à medida que você sobe ... não, não é assim.
A transição é iminente. Será abrupta. Spoiler: é verdadeira transição dimensional,
Você está no limiar de sair de uma área de influência para entrar em outra totalmente distinta, como água e azeite, luz e escuro.
Agora o céu e a Terra parecem pra ti quasi que "maleáveis", se podemos assim dizer. Se você mirar bem e centralizar a visão bem no encontro dos dois horizontes, parecerá que ambos os horizontes são igualmente planos.
Porém, tal visão será por demais fulgas. Essa linha rapidamente de deslocará da linha do equador da sua visão um pouco para cima, e a Terra lhe parecerá côncava, ou será vista assim por vc.
Logo a linha se encontrará ligeiramente abaixo do equador da sua vista, e a Terra lhe parecerá agora já numa forma claramente convexa. E assim sucessivas distorções instantâneas parecerão acontecer, e a linha de encontro dos dois horizontes poderá parecer tremular assim como uma caneta que parece amolecer quando a balançamos de determinado modo e ritmo. Tudo a depender do observador.. Opa! peraí que não dá pra falar dos balões metereológicos agora.
tá na hora...
... Second Engine burning... seco-2 cut-off ...
uou... its happening... SIM!! agora todos estão aliviados e se abraçam!
Sabe a parte dos vídeos de lançamentos de foguetes que você procurou assistir para desbancar babacas terraplanistas (até parece né?),
a parte que fica lá entre os 5-8 minutos do lançamento (a depender da potencia, configuração dos propulsores etc), a aproximadamente 165km de altitude... pois é. Você não vai achar. Hoje todas as transmissões ao vivo são interrompidas perto da fase que no jargão técnico se denomina "velocidade de escape" ou "orbital injection". Qualquer transmissão passada desse momento foi simplesmente cortada, e nas transmissões ao vivo esses momentos são invariavelmente preenchidos com aquelas animações CGI tosconas. Cacete, pensa bem, enviar todo mês/semana foguete pro espaço cheio de câmeras e sensores e transmitir apenas CGI toscão pro povão em momento tão transcendente.
Os primeiros lançamentos da Space-X foram upados na íntegra, sem cortes. Descuido proposital ou não do Elon Musk (coisa que não acredito), a NOAA agencia de regulação metereológica e observação do clima agiu rapidamente , e esses primeiros vídeos transmitidos quasi que na íntegra permaneceram na rede por pouco tempo.
Infelizmente não existem mais, que eu saiba. Talvez existam. Não sei. Spoiler: o "vácuo" simplesmente "acontecer" - ele não vai "acontecendo", se é que você me entende...
Bending light. Simulando um gradiente atmosférico com agua e açúcar
https://www.youtube.com/watch?v=y8YaFKx03bk (não listado)
Could Refraction Make a Flat Earth Look Round ?
https://www.youtube.com/watch?v=YwQ0138c15g (não listado)
Refraction Explained with Lasers and Sugar
https://www.youtube.com/watch?v=KLufSkz-et0
By the Way.... no que é mais fácil acreditar? Que o sol e a lua apresentam o mesmíssimo tamanho relativo em nosso horizonte por causa de uma improbabilíssima coincidência dos seus tamanhos, órbitas e distâncias, tal como aprendemos na escola desde a infância, ou poderia haver outra explicação ? Melhor: poderia haver mais de uma explicação, uma apta para descrever as coisas que acontecem aqui em baixo e outra apta para descrever as coisas que acontecem lá em cima (ou melhor, vistas a partir de lá de cima) ?
Assim como a mecânica newtoniana está para a descrição do movimento dos astros e as teorias de Einstein para o cálculo das distâncias estelares não precisam ser mutuamente excludentes, pois são modelos descritivos que dependem do ponto de vista e do próprio observador (questão fundamental devidamente espancada nos posts do Gio), não pode haver outra explicação ou modelo para descrever o mundo a partir de cá onde estamos, ou seja, cá de baixo, sem que isso invalide o modelo astronômico que conhecemos?
Caberia aqui esclarecer um pouco melhor meu pensamento. Alguém pode me acusar de negacionista, de não acreditar no modelo astronômico, que prevê tão exatamente os eclipses, as trajetórias, que não acredito nas fotos das Voyagers etc.
Fica pra próxima. Final question como spoiler:
Você já se perguntou: -"Bom, se a terra é aproximadamente 13-14 vezes maior que a lua, a Terra vista a partir da lua não teria que apresentar um tamanho relativo no horizonte nessa mesma ordem de grandeza em relação à lua vista a partir da Terra? Em outras palavras, não seria de se esperar que a Terra apresentasse um tamanho relativo no horizonte lunar comparável à visão que teríamos de Saturno à mesma distância da Terra à lua ? "
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Imagine, apenas hipoteticamente, que você vivesse em uma terra totalmente plana cujas margens fossem infinitamente distantes. (Se você sentir qualquer pudor já aqui em permitir-se pensar assim, hipoteticamente, sugiro não prosseguir já que o que vou falar pode causar certo tipo de espumação e raiva na maioria das pessoas).
Se você já está aqui então bora lá.
Imagine agora que você está prestes a começar a levitar...
Inicialmente devagar, você começa a subir, cada vez mais, e mais... subindo ...
Esforce-se agora para responder: Até onde nossas super visões poderiam alcançar (ou melhor, serem atingidas) a 100km de altitude os fótons que partem de todo quadrante da Terra, em todos sentidos e em todas as direções ao infinito?
Vc agora está a 130km altura. Até onde você consegue mentalizar ou até onde vc consegue "ver" nossa hipotética "borda" infinita ?
E a 155km de altura ? Opa atenção!... é agora que a emoção de um lançamento espacial começa pra valer!
Agora você está no limiar de entrar em órbita, a ~165km do chão. Engraçado é que quem te assistir subir cá de baixo notará que a partir dos 2-3 minutos a trajetória do seu voo começará a pender, pender cada vez mais pra baixo. O cara mais pensativo poderá a começar a duvidar dos seus próprios olhos. O foguete já apresenta claramente trajetória descendente aos seus olhos. No entanto as informações do lançamento são claras: o projétil parece estar descendo mas está "subindo" : o altímetro permanece subindo, tal como como e aparentemente no mesmo ritmo/aceleração/velocidade da primeira metade do arco traçado no céu.
O clima na base de lançamento atinge agora o ápice da tensão ...não, a "gravidade" não está diminuindo de forma gradual à medida que você sobe ... não, não é assim.
A transição é iminente. Será abrupta. Spoiler: é verdadeira transição dimensional,
Você está no limiar de sair de uma área de influência para entrar em outra totalmente distinta, como água e azeite, luz e escuro.
Agora o céu e a Terra parecem pra ti quasi que "maleáveis", se podemos assim dizer. Se você mirar bem e centralizar a visão bem no encontro dos dois horizontes, parecerá que ambos os horizontes são igualmente planos.
Porém, tal visão será por demais fulgas. Essa linha rapidamente de deslocará da linha do equador da sua visão um pouco para cima, e a Terra lhe parecerá côncava, ou será vista assim por vc.
Logo a linha se encontrará ligeiramente abaixo do equador da sua vista, e a Terra lhe parecerá agora já numa forma claramente convexa. E assim sucessivas distorções instantâneas parecerão acontecer, e a linha de encontro dos dois horizontes poderá parecer tremular assim como uma caneta que parece amolecer quando a balançamos de determinado modo e ritmo. Tudo a depender do observador.. Opa! peraí que não dá pra falar dos balões metereológicos agora.
tá na hora...
... Second Engine burning... seco-2 cut-off ...
uou... its happening... SIM!! agora todos estão aliviados e se abraçam!
Sabe a parte dos vídeos de lançamentos de foguetes que você procurou assistir para desbancar babacas terraplanistas (até parece né?),
a parte que fica lá entre os 5-8 minutos do lançamento (a depender da potencia, configuração dos propulsores etc), a aproximadamente 165km de altitude... pois é. Você não vai achar. Hoje todas as transmissões ao vivo são interrompidas perto da fase que no jargão técnico se denomina "velocidade de escape" ou "orbital injection". Qualquer transmissão passada desse momento foi simplesmente cortada, e nas transmissões ao vivo esses momentos são invariavelmente preenchidos com aquelas animações CGI tosconas. Cacete, pensa bem, enviar todo mês/semana foguete pro espaço cheio de câmeras e sensores e transmitir apenas CGI toscão pro povão em momento tão transcendente.
Os primeiros lançamentos da Space-X foram upados na íntegra, sem cortes. Descuido proposital ou não do Elon Musk (coisa que não acredito), a NOAA agencia de regulação metereológica e observação do clima agiu rapidamente , e esses primeiros vídeos transmitidos quasi que na íntegra permaneceram na rede por pouco tempo.
Infelizmente não existem mais, que eu saiba. Talvez existam. Não sei. Spoiler: o "vácuo" simplesmente "acontecer" - ele não vai "acontecendo", se é que você me entende...
Bending light. Simulando um gradiente atmosférico com agua e açúcar
https://www.youtube.com/watch?v=y8YaFKx03bk (não listado)
Could Refraction Make a Flat Earth Look Round ?
https://www.youtube.com/watch?v=YwQ0138c15g (não listado)
Refraction Explained with Lasers and Sugar
https://www.youtube.com/watch?v=KLufSkz-et0
By the Way.... no que é mais fácil acreditar? Que o sol e a lua apresentam o mesmíssimo tamanho relativo em nosso horizonte por causa de uma improbabilíssima coincidência dos seus tamanhos, órbitas e distâncias, tal como aprendemos na escola desde a infância, ou poderia haver outra explicação ? Melhor: poderia haver mais de uma explicação, uma apta para descrever as coisas que acontecem aqui em baixo e outra apta para descrever as coisas que acontecem lá em cima (ou melhor, vistas a partir de lá de cima) ?
Assim como a mecânica newtoniana está para a descrição do movimento dos astros e as teorias de Einstein para o cálculo das distâncias estelares não precisam ser mutuamente excludentes, pois são modelos descritivos que dependem do ponto de vista e do próprio observador (questão fundamental devidamente espancada nos posts do Gio), não pode haver outra explicação ou modelo para descrever o mundo a partir de cá onde estamos, ou seja, cá de baixo, sem que isso invalide o modelo astronômico que conhecemos?
Caberia aqui esclarecer um pouco melhor meu pensamento. Alguém pode me acusar de negacionista, de não acreditar no modelo astronômico, que prevê tão exatamente os eclipses, as trajetórias, que não acredito nas fotos das Voyagers etc.
Fica pra próxima. Final question como spoiler:
Você já se perguntou: -"Bom, se a terra é aproximadamente 13-14 vezes maior que a lua, a Terra vista a partir da lua não teria que apresentar um tamanho relativo no horizonte nessa mesma ordem de grandeza em relação à lua vista a partir da Terra? Em outras palavras, não seria de se esperar que a Terra apresentasse um tamanho relativo no horizonte lunar comparável à visão que teríamos de Saturno à mesma distância da Terra à lua ? "